Aprendendo com Oeiras: lições do sertão do Piauí

Tudo começou com uma constatação: mais de 50% dos alunos, do 1º ao 9º ano, eram pré-alfabetizados. Esse número surgiu por meio da Prova Oeiras, um diagnóstico que, em 2013, avaliou cada um dos estudantes matriculados. O resultado, assustador, marcou uma virada urgente na política educacional da cidade.

A avaliação fez Oeiras olhar para dentro de si mesma a partir da constatação: é preciso mudar. Fundada em 1670, a cidade carregava a resposta em sua própria paisagem, tradições e manifestações artísticas e culturais. Foi a partir daí que crianças e jovens passaram a assimilar novos conhecimentos e a se tornarem – efetivamente – protagonistas de suas histórias.

A receita para o êxito de Oeiras tem a sofisticação da simplicidade: arte e literatura fazem um novelo com o que está sendo ensinado, com quem está ensinando e com quem está aprendendo.

Partindo da ideia de convivência entre o pequeno e o maior; o local e o global; este livro é estruturado por espaços. A lógica é de zoom in e zoom out para ver a relação desses espaços com Oeiras, ajustando o foco para ver mais longe, para ver mais perto, para ver melhor os atores e os projetos.

O que aprendemos com Oeiras não é segredo, mas é um exercício de atenção: tomar como eixo a interface entre educação e cultura para alimentar as experiências em sala de aula e fora dela, educando através da arte e mantendo viva a identidade e a memória do seu povo.